quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Seminário ‘World Bike Tour’

Após participar no dia 16 de janeiro de 2013, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista, em São Paulo, do IX Seminário Internacional ‘World Bike Tour’, com o tema Mobilidade Urbana e Sustentabilidade, o coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade pra Todos (MDT), Nazareno Affonso, qualificou a harmonia que pode e deve existir entre os sistemas transporte público e as bicicletas como elemento fundamental para melhorar a mobilidade e ampliar sustentabilidade ambiental nas cidades.
“Ao lado da luta pelo barateamento das tarifas e pela ampliação de investimentos em ações visando à permanente qualificação dos transportes públicos urbanos, também o fortalecimento dos modos não motorizados de transporte e sua integração aos sistemas estruturadores da mobilidade nas cidades têm feito parte dos eixos de luta do MDT em seus dez anos de existência, que se completam agora em 2013”, afirmou.
O IX Seminário Internacional ‘World Bike Tour’, que antecedeu em alguns dias a realização de um passeio ciclístico no dia do aniversário de São Paulo, 25 de janeiro, teve justamente o objetivo de reforçar premissas como as práticas desportivas saudáveis e a utilização da bicicleta não só como meio lúdico, mas também como meio de transporte sustentável e amigo do ambiente.
Em sua exposição, além de criticar o estímulo oficial à compra de automóveis, por meio de facilidades de financiamento e iniciativas de renúncia fiscal que somaram R$ 26 bilhões entre 2008 e 2012, Nazareno Affonso defendeu um novo modelo de mobilidade urbana que ele denomina de ‘era pós-automóvel’.
“A era pós-automóvel não significará o fim do veículo individual, mas seguramente, o fim de sua hegemonia e o início de uma relação de convivência com os pedestres, ciclistas e com o transporte público, num modelo de relação em que o carro terá uma forma de complemento a um sistema estrutural e de corredores de ônibus e as pessoas mais frágeis, em especial crianças e idosos, possam se mover com segurança pelas ruas”.
Em outro momento de sua exposição, ele sublinhou que as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, consignada na Lei de Mobilidade Urbana (no 12.587/12) sinalizam o caminho para a era pós-automóvel. Ele mostrou que, entre outras, duas diretrizes são especialmente claras quanto a isso: aquela que estabelece a prioridade dos modos de transporte não motorizados sobre os motorizados, e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado, e outra que preconiza a integração entre todos os serviços de transporte urbano. “Há anos, nós, do MDT, temos defendido esse caminho e agora ele está consignado na Lei de Mobilidade Urbana”, disse.
Nos debates, o coordenador do MDT questionou alguns palestrantes que defendiam o modal metroferroviário, desmerecndo as qualidades dos sistemas estruturais de transporte por ônibus – Bus Rapid Transit (BRT), ou Transporte Rápido por Ônibus, e Bus Rapid Service (BRS), ou Serviço Rápido por Ônibus – que têm demonstrado qualidade e viabilidade econômica na sua faixa de demanda, que chega a 30 mil passageiros por hora e por sentido. Nazareno disse que o MDT defende todos os modos de transporte público e que estes devem ser integrados, e também possibilitar efetivamente a integração com os automóveis. Assinalou que todos os que defendem a mobilidade sustentável precisam evitar essa disputa de mercado. “O foco deve ser na redução dos privilégios dados aos carros na apropriação do sistema viário e na alocação de recursos públicos como reza a Lei de Mobilidade”.

Participações. A sessão inaugural do encontro teve a participação da secretária municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Marianne Pinotti; do cônsul geral de Portugal, Paulo Lourenço; do secretário adjunto da Secretaria Municipal de Esporte, Sr. Luiz Sales; o assessor de Diretoria dos Correios, Marco Antônio de Carvalho; e o presidente do World Bike Tour, Diamantino Nunes. A Fiesp foi representada na cerimônia pelo 2º diretor-secretário, Mario Eugenio Frugiuele.
Das sessões expositivas, nos dias 16 e 17 de janeiro, além de Nazareno Affonso, participaram Cristina Manzano Pini e Mônica G. dos Santos Vieira, da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CERT-SP), Miguel Coutinho, do Instituto do Ambiente e Desenvolvimento (IDAD), Savio Leão Coelho, do Instituto Pedala Brasília de Mobilidade Sustentável e Maria Rosa Ravelli Abreu | Cidade Verde/DEX; Eduardo Vasconcelos, do Instituto Movimento São Paulo e consultor da ANTP; Massimo Giavina Bianchi, presidente T-Trans Sistemas de Transportes; Alexandre Ávila Gomide, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA); Miguel Brandão, da Brandão e Associados e representantes do movimento Nossa São Paulo.
 
Movimentando MDT

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Licitação da Linha 18 do Metrô sai até abril

O Estado lançará até o início de abril a licitação para a primeira fase da Linha 18-Bronze do Metrô, que ligará a Estação Tamanduateí, na Capital, até o Paço de São Bernardo. O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, espera que as obras sejam iniciadas até dezembro. A previsão de conclusão é 2015.

No fim do ano, cronograma publicado no EIA/Rima (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) do empreendimento previa que a construção fosse iniciada em junho deste ano, prazo que não será cumprido em razão dos trâmites burocráticos.

Após o lançamento do edital, o Estado escolherá a proposta vencedora em 90 dias. A assinatura do contrato, no entanto, poderá sofrer outros atrasos se as empresas derrotadas entrarem com recursos na Justiça contestando o resultado do certame. O investimento previsto é de R$ 4,1 bilhões, sendo que R$ 1,7 bilhão será repassado pelo governo federal.

Fernandes explica que os esforços da Pasta ficaram concentrados em outra licitação do Metrô, a da Linha 6-Laranja, que ligará a Vila Brasilândia, na Zona Norte, até a Estação São Joaquim, no Centro da Capital. O edital para a concorrência internacional foi lançado no fim de janeiro. "Os entraves da Linha 6 servirão de elementos prontos para a Linha 18. Por exemplo, na Linha 6 discutíamos como ficaria a carga tributária. A presidente Dilma (Rousseff) criou legislação desonerando tributariamente", comenta o secretário.

Outra facilidade apontada pelo titular da Pasta no monotrilho do Grande ABC é o fato de a via ser toda aérea, o que diminui o número de desapropriações necessárias. Para a Linha 6, 406 imóveis foram decretados como de utilidade pública. Para a Linha 18, ainda não foi divulgado o total de propriedades. No entanto, a previsão inicial apontada pelo EIA/Rima é de que sejam removidos 203 mil m² de área, divididos em 17 blocos. Parte dos campi da Fundação Santo André e do Instituto de Engenharia Mauá podem dar lugar ao traçado do Metrô.

DIADEMA - O secretário confirmou que irá solicitar estudos para estender a futura Linha 17-Ouro (Jabaquara-Morumbi) a Diadema. Fernandes afirmou que a possibilidade ainda não havia sido estudada pelo Metrô, e que o pedido para que fosse feita a avaliação partiu do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O único projeto de rede futura que já está sendo feito é o de trazer a futura Linha 20-Rosa até o bairro Rudge Ramos, em São Bernardo. A primeira fase do itinerário, prevista para 2021, ligará a Estação Cerro Corá, na Lapa, até Moema, na Zona Sul de São Paulo. O complemento deve sair do papel somente em 2025.

Monotrilho deverá receber 340 mil passageiros ao dia

A estimativa inicial é de que a Linha 18-Bronze transporte cerca de 340 mil passageiros por dia no trecho entre a Capital e São Bernardo. O projeto original prevê que as duas fases do empreendimento tenham 18 estações. No entanto, a empresa que executar a obra poderá decidir pela implementação do 19º ponto de parada, na Vila Carioca, em São Paulo. "Pode ser que a estação seja importante, pois, com ela, não será necessário que todos desembarquem no Tamanduateí. Quem quiser ir para o Expresso ABC desce na Carioca, e quem quiser ir para a região da Avenida Paulista, vai até o Tamanduateí", diz o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes.

As estações terão distância média de 1.156 metros entre si. Cada composição abrigará até 850 passageiros. Todas as paradas terão bicicletários e uma ciclovia ligará os pontos. Cerca de 3.000 empregos diretos e indiretos deverão ser gerados pelas obras.

Fonte: Diário do Grande ABC
Publicada em:: 18/02/2013