quinta-feira, 5 de abril de 2012

Entrevista com a brasileira Ana Paula Olesen, radicada na Dinamarca

A cultura, as políticas públicas e a história são alguns fatores que permitem entender a diferença do trânsito para os pedestres no Brasil em comparação a outras localidades.

Na Dinamarca

A terra dos vikings tem quase mil anos a mais de existência do que o Brasil. Em Copenhague, capital do país, a conquista de espaço, característica do povo nórdico, ganha um novo sentido quando o assunto é trânsito. A soberania do pedestre e da bicicleta observada lá define bem a cultura e educação no trânsito.
Há 12 anos morando no país nórdico, a profissional de design gráfico Ana Paula Olesen fala um pouco de sua experiência. “A Dinamarca tem uma diferença cultural enorme para o Brasil. Aqui, conseguimos observar a ideia de justiça e igualdade. Ninguém é melhor ou pior porque tem carro ou anda a pé. Essa é a democracia socialista dinamarquesa”, diz.
Ela conta que desde cedo, com as crianças, se desenvolve o pensamento e o costume de caminhar, inclusive no frio e na chuva. Os pedestres circulam despreocupados porque confiam nos condutores e há um respeito mútuo. “Os pedestres atravessam a faixa ’quase sem olhar‘ se os carros estão parando. Nas ruas que não têm sinal de pedestre, estes atravessam na faixa quando o fluxo para. Se o fluxo for pequeno, os carros param para os pedestres que estão na faixa. Quando as vias são muito compridas, há faixas no meio do quarteirão”, descreve Ana Paula. “Além disso, nos semáforos há um botão para o pedestre acionar. Essa ferramenta tem cronometragem curta, ou seja, o pedestre não espera muito tempo para atravessar. O ciclista também pode fazer uso desse sistema se seguir a pé empurrando a bicicleta. E ninguém fica constrangido ou entra em pânico quando o sinal do pedestre fica vermelho no meio da travessia, pois os carros aguardam completar o trajeto”, comenta.
Na capital dinamarquesa os semáforos têm sensor sincronizado e quando não há veículos trafegando ou parados esperando o sinal, o sinaleiro do outro sentido não fica vermelho. Ana Paula explica que “se um carro se aproxima, o dispositivo vai do verde para o amarelo, e para o vermelho e, logo depois, volta ao amarelo, rapidamente seguido pelo verde. Ou seja, o semáforo não fica verde de uma hora pra outra”.
O incentivo ao uso da bicicleta como meio de transporte coloca Copenhague entre as cidades mais cicláveis da Europa. A qualidade da mobilidade urbana torna o veículo supérfluo. “Ninguém é incentivado a ter carro. Ao contrário, o imposto sobre o veículo é de 145%. O jovem não tem situação econômica compatível para comprar e manter automóvel. Combustíveis e impostos mensais pra isso são caríssimos. As ruas são planejadas e os lugares para estacioná-los são raros, por isso as pistas são largas e há espaço para ciclofaixas”, esclarece.
Casada com dinamarquês e mãe de duas crianças, a brasileira conclui: “aqui as pessoas sabem que a preferência é de quem anda a pé, depois de bicicleta e só então de quem está no automóvel. A cultura dinamarquesa nos ensina que o carro está sempre errado, se não respeitar o ciclista e o pedestre”.

Site da Perkons

quarta-feira, 4 de abril de 2012

2º SEMINÁRIO NACIONAL E EXPO MOBILIDADE URBANA

A ANTP está organizando o 2º Seminário Nacional de Mobilidade Urbana a ser realizado paralelamente à II Expo Mobilidade Urbana, no período de 8 a 10 de maio de 2012, no Centro de Convenções - Centro Universitário SENAC – Campus Santo Amaro, localizado na Avenida Engenheiro Eusébio Stevaux, 823 - São Paulo-SP, telefone: (11)5682.7631 e (11)5682- 7637 www.sp.senac.br/centrodeconvencoes.

PROGRAMA DO SEMINÁRIO

Oito conferências.

A única sessão técnica prevista para o primeiro dia acontecerá no final da tarde: uma conferência sobre a Política Nacional de Mobilidade Urbana, cujos parâmetros estão configurados Lei Federal nº 12.587, sancionada em janeiro e que entrará em vigor em abril próximo.

Outros temas. Outras sete conferências tratarão os seguintes temas: a) Década Mundial de Segurança Viária – 2011/2020, instituída pela ONU com adesão do Brasil, e que tem por meta reduzir em 50% número de mortos e feridos no trânsito nesse período; b) Assegurando a prioridade aos pedestres; c) Mobilidade Urbana na Rio + 20, a respeito da conferência ambiental da ONU prevista para junho de 2012, no Rio de Janeiro; d) Mobilidade para o desenvolvimento urbano; e) Mobilidade urbana nos espaços metropolitanos; f) Retomada do investimento em transporte público; g) Segurança viária e gestão de trânsito. Painéis. Estão programados painéis de debate, sobre os temas: Redução de tarifa e inclusão social, Gestão de trânsito, Acessibilidade, Transporte cicloviário, e Tecnologia a serviço da mobilidade urbana.

Sessões regionais.

Quatro sessões apresentarão programas e ações destinadas à implantação da Política Nacional de Mobilidade Urbana em regiões do País. Haverá uma sessão específicas para as regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro Oeste. Sistemas metroferroviários. O 2º Seminário Nacional de Mobilidade Urbana prevê também uma sessão especial intitulada Sistemas metroferroviários, ocasião em que haverá a apresentação do estado da expansão e modernização da rede metroferroviária e da sua integração com outros modos de transporte

terça-feira, 3 de abril de 2012

Novo serviço para auxiliar motoristas no trânsito chega ao Brasil

Um novo serviço de navegação com informação online sobre o trânsito chegou ao Brasil. Batizado de Vivo Co-Piloto Trânsito, o aplicativo permite o usuário traçar rotas levando em conta as informações do estado do tráfego em um determinado momento, procurando vias alternativas para fazer um caminho no menor tempo.

Criado pela Vivo e NDrive a partir da tecnologia on board, que permite o usuário fazer o download de um mapa por completo pelo celular, o aplicativo foi criado para facilitar a vida das pessoas. "Nosso objetivo é oferecer aos clientes serviços que realmente agregam valor à vida das pessoas. Com ele não é preciso comprar um aparelho exclusivo para navegação", afirmou Alexandre Fernandes, Diretor de Produtos e Serviços da Vivo.

O aplicativo foi desenvolvido para os sistemas operacionais móveis Android, do Google, e iOS, para os dispositivos da Apple. Inicialmente, o serviço estará disponível para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Campinas e Santos. Para Android, o preço é de R$ 9,90, com os sete primeiros dias gratuitos. Para iOS, o valor é de R$ 4,99.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

População dá nota 3,9 para o Trânsito


A população do Grande ABC reprova as condições de trânsito encontradas diariamente nas ruas e avenidas das sete cidades. Em pesquisa da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), os moradores deram nota de 0 a 10 para serviços públicos oferecidos na região. O Trânsito ficou com a pior avaliação, ao receber nota 3,9.

O levantamento, feito em agosto de 2011, analisa 17 áreas. Foram consultadas 1.050 pessoas nos sete municípios.

A sondagem é feita desde 2009 no Grande ABC. Portanto, avalia os três primeiros anos do atual mandato dos governantes da região. O Trânsito tinha nota 4,7 há três anos e era o quarto pior setor, na opinião da população - os três últimos colocados no ranking eram Geração de Renda (4,6), Participação Popular (4,6) e Segurança (4,3). Mas caiu 0,8 pontos e foi o mais mal conceituado na pesquisa mais recente.

Significa dizer que, para a sociedade, os investimentos na engenharia de tráfego, mudanças de mão, melhorias na sinalização e na infraestrutura das vias e planejamento para melhoria na mobilidade das pessoas não surtiram efeito. Pelo contrário, pioraram.

Ainda há grandes projetos viários sendo executados pelas prefeituras que ficarão prontos nos próximos meses, como o rebaixamento da Avenida Lions, em São Bernardo. O que pode gerar mudanças positivas e alterar a avaliação por parte da população.

Depois do Trânsito, sobem no pódio dos três piores serviços públicos prestados no Grande ABC Segurança (4,4) e Saúde (4,6). Não foram divulgadas as notas por cidade.

MELHORES

As melhores notas concedidas pelos moradores da região são para Abastecimento de Água (7,1), Recolhimento de Esgoto (6,7) e Limpeza de Parques e Praças (6,0). Curiosamente, os dois primeiros são ofertados em algumas cidades pelo governo do Estado, por meio da Sabesp.

Há outro dado que pode confortar os atuais administradores públicos. Dos 17 setores avaliados na pesquisa da USCS, dez tiveram aumento da nota de 2009 para 2011. Destaque para Coleta Seletiva, que subiu de 5,0 para 5,7. Cinco itens apresentaram queda na avaliação e dois estagnaram.

DEZ ANOS

Levando-se em consideração apenas os números de Santo André, São Bernardo e São Caetano, o levantamento da universidade analisa os serviços públicos nos últimos dez anos. Nesse prospecto mais ampliado, o Trânsito também é o pior avaliado, com nota 3,7. De fevereiro de 2002, quando fora feita a primeira sondagem, a agosto de 2011, a mais recente, o setor perdeu 1,5 ponto no conceito do cidadão.