sexta-feira, 9 de março de 2012

VIVA A BAIXA VELOCIDADE!


Somos uma nação de ciclistas. Estima-se que nossa frota de bicicletas some 60 milhões de unidades atualmente. Mas, nem todos imaginam a importância da bicicleta como um meio de transporte capaz de interagir eficientemente com todas as outras formas de mobilidade urbana, além de proporcionar a melhoria do meio ambiente e ajudar a promover a inclusão social. A mudança dos modelos de deslocamento dos habitantes através do uso de meios de transportes não motorizados é crucial para a construção de cidades com padrões de qualidade de vida mais elevados. A bicicleta pode ser um importante elemento de reordenação e reconfiguração do espaço urbano e da lógica social, além de ser um vetor de melhoria ambiental.

Tragédia Inominável

O ciclista tem direito de trânsito como qualquer outro veículo. Porém, alguns motoristas parecem ignorar os ciclistas, atrapalhando a circulação das bicicletas ou mesmo colocando-as em situações de risco de acidente. Infelizmente, tragédias horríveis vêm acontecendo: morre um ciclista por semana na cidade de São Paulo. Lembram da ciclista Márcia Regina que morreu atropelada na Avenida Paulista em 14 de janeiro de 2009? Ciclista experiente, ela ocupava o lugar correto na via, o mais à direita possível, quase rente ao meio-fio, seguindo na direção do fluxo dos veículos. Não foi o bastante, porém, para escapar de um ônibus que trafegava justamente naquela faixa mais à direita. Ela foi derrubada e terminou esmagada pela roda traseira do coletivo. No dia 02 de março de 2012, três anos depois de Márcia Regina, outra ciclista, Juliana Dias, morreu praticamente no mesmo local da primeira, na mesma avenida, também massacrada por um ônibus.

Múltiplos usos da via

A segurança do ciclista pode ser garantida por meio da moderação de tráfego, sinalização adequada, educação, além da implantação de ciclofaixas e rotas cicláveis e, obviamente, pela construção de ciclovias. A divisão e delimitação física de espaços, em locais de grande fluxo de veículos motorizados, aumentam a segurança tanto para os veículos automotores como para pedestres e ciclistas. Após a implantação e o planejamento de ciclovias na Dinamarca, por exemplo, o número de acidentes foi reduzido em 80%. Então, constatamos que uma política de mobilidade adequada tende a reduzir de forma significativa o índice de acidentes fatais, e, consequentemente melhorar a qualidade de vida urbana.

Vamos poupar vidas

Você motorista, sabe diferenciar os comportamentos seguros dos comportamentos de risco no trânsito? Geralmente nós não conseguimos manter nossa atenção durante o tempo todo enquanto dirigimos. Constantemente somos levados a pensar em outras coisas, sejam elas importantes ou não. Force a sua concentração no ato de dirigir, acostumando-se a observar sempre tudo à sua volta alternadamente enquanto dirige.

Muito mais ousado seria revermos os limites de velocidade nos centros urbanos, como fizeram os europeus. Nas ruas francesas e inglesas, como exemplos de inclusão, ao invés da segregação – lá todos “convivem”, “partilham”. O que pouca gente sabe e ninguém quer revelar é a ”mágica” que viabiliza essa convivência ”civilizada” de ciclistas e motoristas: a regulação e fiscalização severas da velocidade nas ruas da cidade.

A velocidade muda tudo

A 30 km/h você restitui ao condutor do carro a possibilidade real de ver o ciclista, não tanto ao condutor do ônibus ou dos caminhões, cujos pontos cegos são imensos e insolúveis. De qualquer maneira, equalizam-se as disparidades mencionadas acima, a partir da escala mais humana da bicicleta e asseguram-se condições de segurança melhores para os mais frágeis. Em Londres, as velocidades variam entre 30 e 50 km/h. Queremos partilhar as vias por aqui? Lutemos, então, pela revisão dos limites de velocidade: na Avenida Paulista, 50 km/h, no máximo; E nas vias locais, 30 km/h ou menos, e assim por diante. Vamos encarar?

quinta-feira, 8 de março de 2012

Peugeot DL 122: uma bicicleta urbana inovadora

Peugeot mostra o conceito DL 122, a bicicleta urbana que oferece uma solução de mobilidade audaciosa e inovadora. Ágil e compacta, ela é capaz de assegurar praticidade e segurança sem abrir mão da elegância ao trazer um compartimento portátil, em couro, que fica situado entre os joelhos do usuário. O espaço é reservado para comportar documentos durante os deslocamentos e, devido ao local em que está estrategicamente posicionado, não afeta o equilíbrio da bicicleta, que preza pelo dinamismo.
O moderno quadro da DL 122 acomoda discretamente o compartimento de proteção, garantindo, assim, mais segurança aos usuários.
Descrição: quadro em alumínio e madeira, banco e alças em couro, bolsa de proteção em couro integrada, rodas de 20 polegadas e correia de transmissão de oito marchas.

quarta-feira, 7 de março de 2012

S.Caetano terá integração entre ônibus e trens

Fabio Munhoz - do Diário do Grande ABC

A partir de junho, passageiros do sistema de transporte coletivo de São Caetano terão desconto ao fazer baldeação na estação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) no município. A Câmara aprovou, em primeira votação, projeto de lei do Executivo que autoriza a Prefeitura a celebrar convênio de integração com a empresa ferroviária. Para valer, a proposta tem de ser aprovada em segunda votação, o que deve ocorrer na semana que vem.

Ainda não há definição de quanto será o valor descontado do usuário na transferência. "A tarifa de integração será oficializada por meio de resolução da Secretaria dos Transportes Metropolitanos no momento em que os entendimentos se concretizarem", afirma a CPTM. A companhia adianta, no entanto, que o convênio será nos mesmos moldes dos já assinados em Barueri, Itapevi e Jandira, na Grande São Paulo. Em Barueri, por exemplo, o usuário que embarcar nos dois sistemas usando o cartão local, chamado de Benfácil Barueri, tem custo de R$ 4,40, sendo R$ 2,90 do ônibus e mais R$ 1,50 do trem. Dessa forma, o desconto ao passageiro é de 25,4%. Sem a integração, o gasto seria de R$ 5,90.

Mesmo sem definição de valores, o relator do projeto na Câmara, vereador Fábio Palácio (PR), estima que o percentual deve ser próximo ao que é oferecido em Barueri. A expectativa do parlamentar é de que a matéria seja aprovada sem problemas na sessão de terça-feira.

O secretário de Mobilidade Urbana de São Caetano, Iliomar Darronqui, espera que a definição da tarifa e dos subsídios aplicados pelo poder público ocorra ainda neste mês. Darronqui garante que a Prefeitura não terá gastos. O cronograma prevê que a instalação das novas catracas seja feita entre abril e maio e, em seguida, começaria a fase de testes. O início da operação está previsto para junho. "Isso vai facilitar muito a vida do usuário, que vai poder fazer a viagem toda com apenas um cartão. Sem falar, claro, na economia", avalia.

De acordo com o secretário, a proposta de convênio prevê ainda a reconstrução do terminal rodoferroviário. O motivo da futura obra é a readequação da estação para a passagem do Expresso ABC, que tem previsão para entrar em operação em 2015. Darronqui informa que todo o dinheiro investido na reforma será aplicado pela CPTM. Está prevista também a construção de bicicletário com acesso tanto pelo Centro quanto pelo bairro Fundação.

Outras cidades

A CPTM informa que está em tratativas para a criação de integrações tarifárias em outras cidades da região, mas que, no momento, não há encaminhamentos para adoção do sistema.

Cartão BOM será aceito na região até a metade do ano

Até junho, as catracas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) das três maiores estações da região deverão começar a aceitar os cartões BOM (Bilhete de Ônibus Metropolitano). Inicialmente, a novidade está prevista para funcionar nos terminais centrais de São Caetano, Santo André e Mauá. A estimativa é de que, até o fim do ano, todas as estações da Grande São Paulo contem com os leitores adaptados.

Apesar da facilidade, o projeto, chamado de BOM nos Trilhos, oferece apenas a integração física, sem desconto na tarifa. Por enquanto, a única exceção é a Estação Grajaú, na Zona Sul da Capital, que dá acesso à Linha 9-Esmeralda da CPTM, com destino a Osasco. A primeira estação a aceitar o cartão, emitido pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) foi a Barra Funda. Em dezembro do ano passado, o BOM começou a ser aceito nos trólebus do Corredor ABD, operados pela empresa Metra e que ligam São Mateus ao Jabaquara, na Capital.

terça-feira, 6 de março de 2012

No Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, MDT mostra premissas para políticas de estacionamento baseadas na Lei da Mobilidade Urbana

O coordenador nacional do MDT mostrou os pontos da recente Lei da Mobilidade Urbana – Lei 12.587/2012, a entrar em vigor em abril próximo – que favorecem a implementação no País de políticas de estacionamento. E também se referiu ao manifesto intitulado A rua é das pessoas, não dos carros, lançado pelo próprio MDT e pelo Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU).
Com a apresentação intitulada Política de Estacionamento dos Automóveis, o coordenador nacional do MDT, Nazareno Affonso, participou no dia 9 de fevereiro de 2012, no Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP) do encontro técnico Mobilidade Urbana no Contexto do Plano Estratégico SP2040. A apresentação pode ser vista na íntegra a partir de link no final desta notícia.
O dirigente do MDT mostrou os pontos da recente Lei da Mobilidade Urbana – Lei 12.587/2012, a entrar em vigor em abril próximo – que favorecem a implementação no País de políticas de estacionamento. E também fez referência ao manifesto intitulado A rua é das pessoas, não dos carros, apresentado pelo próprio MDT e pelo Fórum Nacional da Reforma Urbana (FNRU) nas duas mais recentes edições da Jornada ‘Na Cidade, Sem Meu Caro’, ou Dia Mundial sem Carro, atividade realizada anualmente sempre 22 de setembro.


Provocações e premissas.

Na passagem mais importante da apresentação, o dirigente do MDT apresentou uma série de provocações e premissas referentes á política de estacionamento como instrumento de organização da mobilidade urbana. “Creio que seja a primeira forma de pedágio urbano, e, quem sabe, seja também a mais eficaz”, disse.
Ele defende que a instituição de uma política de estacionamento precisa deixar de ser tabu quando da definição programas de circulação e mobilidade urbana dos municípios. “Estacionamentos precisam ser regulados como serviço público e não pelo mercado. É preciso, por exemplo, que haja o fim dos estacionamentos nas vias públicas em áreas centrais e corredores de transportes públicos, mesmo que tais estacionamentos tenham como regra as áreas azuis”.
Nazareno assinalou que áreas que deixarão de ser estacionamentos nessas vias públicas devem ser transformadas em faixas exclusivas para ônibus, ou utilizadas para ampliação das calçadas, implantação de ciclo-faixas ou mesmo para a construção de jardins.


Medidas.

O coordenador do MDT indicou medidas que podem ser utilizadas para concretizar avanços quanto à implementação de uma política de estacionamentos. Uma delas é autorizar o funcionamento de estacionamentos somente por meio de licitação. E taxar adequadamente essa atividade econômica, com destinação de recursos para um fundo voltado a ampliar e qualificar o transporte público, à infraestrutura e coordenação de ações referentes ao transporte cicloviário, e, ainda, à melhoria do sistema de calçadas.
Nazareno Affonso recomendou a proibição de estacionamentos em vias de circulação de transporte público regular – o que exigirá alteração do Código Brasileiro de Transito. E Sugeriu a inclusão dos automóveis na política de mobilidade sustentável. “Para isto, é preciso integrar estacionamentos e locais de desembarque dos automóveis aos projetos de sistemas estruturais de transporte sobre trilhos, como metrôs, ferrovias metropolitanas, sistemas de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) e monotrilhos, e aos sistemas estruturais de transporte público sobre pneus, como os Bus Rapid Transit (BRT) e Bus Rapid Systems (BRS), que começam a ser implantados no País”.


Olhar bons exemplos.

Para o coordenador do MDT, é preciso olha os bons exemplos “Na França, o principal instrumento da política de mobilidade sustentável é a política de estacionamento. Em Barcelona, em vastas áreas, permite-se apenas o estacionamento de moradores. Nos Estados Unidos, a taxa de estacionamento nas vias tem valor igual ao do aluguel de um carro e do estacionamento em hotéis. Em muitas cidades italianas há a exigência de estacionamento fora da cidade para quem não é morador local".

Veja a apresentação Política de Estacionamento dos Automóveis, feita pelo cordenador nacional do MDT, Nazareno Affonso



segunda-feira, 5 de março de 2012

Ciclistas em rota de colisão

No dia 14 de janeiro de 2009, uma ciclista, Márcia Regina, morreu atropelada na avenida Paulista.
Ciclista experiente, ela ocupava o lugar correto na via, o mais à direita possível, quase rente ao meio-fio, seguindo na direção do fluxo dos veículos. Não foi o bastante, porém, para escapar de um ônibus que trafegava justamente naquela faixa mais à direita. Ela foi derrubada e terminou esmagada pela roda traseira do coletivo.

No dia 02 de março de 2012, três anos depois de Márcia Regina, outra ciclista, Juliana Dias, morreu praticamente no mesmo local da primeira, na mesma avenida, também massacrada por um ônibus coletivo.

Para as autoridades municipais paulistanas, a nova tragédia foi como um soluço estatístico: a CET tratou de tirar o corpo fora rapidamente e lembrou orgulhosa que São Paulo nunca foi tão SEGURA para os ciclistas. Aos números: em 2010, 49 mortes, em 2009 foram 61 mortes; e 93 ciclistas perderam a vida no já distante 2006. Donde se conclui que… o que mesmo? Nada. Ao menos nada que saibam dizer os gestores da segurança viária na cidade. Morreram menos ciclistas porque choveu muito nos últimos verões? Não me digam que morreram menos ciclistas porque há maior gentileza nas ruas paulistanas. Terá sido porque há mais ciclistas zanzando na cidade? Mais gente pedalando reduz a mortalidade da gente pedalando? Ou será que é tudo reflexo da promoção tão mercantil e simpática quanto inócua das ciclofaixas de lazer dos fins de semana e feriados?

A tragédia inaceitável expõe mais uma vez a omissão gigantesca do Poder Público, em São Paulo e em quase todo o país, em cuidar dos cidadãos mais vulneráveis. Pedestres e ciclistas vivem em rota de colisão – e com eles vai junto muito de nossa civilidade. Cada um que tomba grita que vivemos em cidades hostis, desiguais e desumanas.

Blog do Biavati