sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Bicicleta entra nas discussões de transporte sustentável

Em meio às discussões cada vez mais presentes em todo o mundo sobre mobilidade urbana, um personagem tem se destacado: a bicicleta. Silenciosa e não poluente, a bike tem sido cada vez mais levada a sério como alternativa viável de transporte sustentável para as grandes cidades.

A ideia não é nova fora do Brasil e cidades como Bogotá, na Colômbia, que possui cerca de 350 km de ciclovias, e Amsterdã, na Holanda, são casos de sucesso na integração das bicicletas ao sistema de transporte. E, mesmo por aqui, a solução já existe, ainda que não necessariamente com a chancela do poder público - como qualquer um pode perceber na maioria das cidades litorâneas. O destaque fica para Rio Branco, capital do Acre, que tem a maior rede cicloviária per capita do país, com mais de 100km de ciclovias para um total de 300 mil habitantes.

Movimentações em favor do transporte cicloviário começam a surgir em outras localidades. Em Porto Alegre, já está marcado o 1º Fórum Mundial da Bicicleta, que acontece entre os dias 23 e 26 de fevereiro, com palestras, debates e oficinas sobre mobilidade urbana, turismo, economia, esporte, meio-ambiente, entre outros temas. A data para o Fórum Mundial da Bicicleta foi escolhida em virtude do aniversário de um ano do atropelamento intencional que ocorreu contra os participantes da Massa Crítica de Porto Alegre, em 25 de fevereiro de 2011, que gerou manifestações de solidariedade em diversas cidades do mundo e vem fomentado a discussão sobre a violência no trânsito. Segundo os organizadores do fórum, o incidente “denuncia o quanto nossas cidades não estão estruturadas, e nossas culturas não estão voltadas para um cuidado com as pessoas.”

A programação provisória do evento traz painéis sobre o papel da bicicleta na mobilidade urbana, a bicicleta como agente de incremento econômico, a bicicleta na promoção do turismo, e ciclismo de competição.

O evento deve contar com a presença do ativista norteamericano Chris Carlsson, considerado fundador da Massa Crítica, movimento mundial de valorização do ciclismo. Com programação gratuita e organizado por um coletivo auto-gerido de voluntários, o fórum busca na rede seu financiamento. Nesta página, é possível contribuir on-line para garantir a realização do evento, em especial a passagem de avião do convidado internacional.

Lei da Bicicleta

No Mato Grosso, segundo o site EcoDesenvolvimento, um grupo de jovens de Cuiabá e Várzea Grande estão mobilizados pela aprovação da Lei da Bicicleta, projeto de iniciativa popular que prevê a implantação de ciclovias e ciclofaixas nas cidades e seu reconhecimento como meio regular de transporte, integrado ao sistema coletivo. Pela lei, bicicletários e estacionamentos específicos seriam implementados em terminais de transporte, prédios públicos municipais, estaduais e federais, estabelecimentos de ensino, praças, shoppings centers e supermercados.

A movimentação se dá principalmente pelo grupo no Facebook Ciclovia Já, onde os participantes divulgam ações, cartilhas de fiscalização de ciclovias e eventos para coleta de assinaturas. São necessárias cerca de 17 mil assinaturas para a validação da petição e, até o momento, pouco mais de 700 assinaturas foram coletadas. Moradores de Cuiabá e Várzea Grande podem contribuir com a lei assinando a petição on-line.

Brasil Atual

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Violência no trânsito provoca recorde de invalidez permanente

Em 2011, o Brasil ostentou um triste recorde. Os casos de invalidez permanente provocados por acidentes de trânsito cresceram 58% em relação a 2010. Durante o ano foram pagas 239.738 indenizações por esse tipo de dano. Chama atenção o fato de que mais de 51% dos acidentados estarem na faixa de 18 a 34 anos, justamente onde se concentra a maior parte da população economicamente ativa do país.

Em São Paulo, o número de acidentes com mortes no trânsito já superou o de homicídios em 2011, de acordo com levantamento da Secretaria de Segurança Pública (SSP), divulgado em agosto. Foram 2.370 crimes, contra 2.760 homicídios culposos [sem intenção] por acidente de trânsito. Segundo pesquisadores do Ipea, cerca de 60% do prejuízo econômico decorrente de um acidente viário vêm de perda de produção: a pessoa que morre ou fica incapacitada e deixa de produzir. Os outros custos dos acidentes vêm de atendimento hospitalar, danos ao veículo, entre outros. O Ipea calcula que um acidente com morte custa, em média, R$ 567 mil.

Para a Seguradora Líder DPVAT, o aumento expressivo do número de indenizações é resultado de uma combinação de fatores. “Temos trabalhado para que cada vez mais cidadãos tenham acesso ao Seguro DPVAT. Só em 2011, o sistema ganhou 900 novos pontos de atendimento oficiais. Além disso, a imprudência no trânsito, como a combinação de álcool e direção, alta velocidade e a falta do uso do cinto de segurança nas estradas, tem causados acidentes cada vez mais graves”, aponta o diretor-presidente da Seguradora, Ricardo Xavier.

No ano de 2011, 366.356 pessoas receberam o Seguro DPVAT no Brasil, totalizando mais de R$ 2,287 bilhões pagos. As estatísticas apontam que 58.134 pessoas receberam indenização por morte no período e outras 68.484 pessoas também receberam reembolso de despesas médicas. As motos figuram em 65% dos acidentes indenizados. Nos casos de invalidez permanente, os acidentes com motocicleta representaram 72% das indenizações no período.

Na análise da Seguradora Líder DPVAT, o crescimento da frota de motocicletas tem contribuído para o crescimento do número de acidentes. “O motociclista é um para-choque, muito suscetível a danos devido à sua posição de exposição no veículo. Qualquer batida, que para um motorista de carro resultaria em um dano pequeno, é capaz de deixar um motociclista com alguma sequela”, aponta Ricardo Xavier.

Propostas
Em fórum sobre acidentes de trânsito realizado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) no ano passado, algumas propostas foram apresentadas para reduzir os casos que envolvem motocicletas. Entre as propostas estão a inclusão de formação de direção defensiva e exame de habilitação adequado às condições de trânsito que serão enfrentadas pelos motociclistas, com maior rigor na primeira habilitação.

Outra sugestão é criar categorias na habilitação de motociclistas, definir as áreas de trânsito das motocicletas entre as faixas de rolamento dos automóveis e as regras de circulação das motos nas faixas de rolamento regulares nas vias sem motofaixas exclusivas ou compartilhadas. A velocidade máxima de circulação das motocicletas deve ser específica de acordo com a característica de cada via.

“É importante que o motociclista tenha consciência de que está no veículo mais inseguro e frágil. Deve dirigir de forma preventiva, evitando ser pego de surpresa, por exemplo, em uma fechada brusca”, disse a médica fisiatra Julia Greve.

Portal do trânsito

*Com informações da Seguradora Líder