quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Nazareno é contra estacionar na rua

Uma das maiores autoridades em mobilidade urbana do País, o urbanista Nazareno Affonso defende o fim das vagas de estacionamento nas vias públicas como uma das formas de diminuir o caos no trânsito do Grande ABC. O coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte e ex-secretário municipal de Transportes de Santo André (gestão Celso Daniel) sugere ainda que o poder público regule as vagas de estacionamento privado nos bairros.

"Atualmente, muitas vias importantes nas cidades perdem uma ou até duas faixas de rolamento por conta dos carros estacionados. A medida imediata a ser tomada é proibir isso", aponta. Por outro lado, o especialista enxerga que o espaço recuperado com a remoção dos veículos parados não deve ser devolvido aos carros de passeio. "É preciso acabar com a lógica de que o transporte particular deve se sobrepor ao coletivo. Por isso, esses espaços devem ser usados para a criação de corredores de ônibus, ciclovias, ou simplesmente para o aumento da calçada."

Para que a modificação não seja de forma radical, o urbanista sugere que as proibições tenham início nas avenidas que fazem parte do itinerário das linhas de ônibus. "A partir daí, deve haver a regulamentação das vagas privadas. Ou seja, a Prefeitura deveria limitar o número de estacionamentos em cada região e tabelar os preços", acrescenta. Na opinião do especialista, essa medida ajudaria a desestimular o uso do automóvel.

Nazareno defende mudança na lógica de investimentos relacionados à mobilidade urbana. "Se não houver investimento maciço em transporte público, não conseguiremos mais andar, seja de carro ou de ônibus." Para reforçar a iminência da piora no trânsito, o ex-secretário remete a dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores. "De 1957 a 2007, o Brasil atingiu a marca de 50 milhões de veículos fabricados. No entanto, a expectativa é de que os próximos 50 milhões sejam montados até 2022, portanto, daqui a 11 anos."

No Grande ABC, a estimativa do Departamento Nacional de Trânsito é de que 2012 comece com a frota total chegando a 1,4 milhão de veículos, incluindo caminhões, ônibus, utilitários e motocicletas.

Apesar do caos vivido atualmente nas ruas da região, Nazareno avalia que o Grande ABC tem condições de reverter a situação e melhorar a mobilidade urbana. O especialista se refere aos investimentos anunciados para o transporte pelas prefeituras e pelo Estado. Em junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou que investirá R$ 5,4 bilhões em obras viárias nas sete cidades. "Já é um início bom. Só temos que ver se tudo isso sairá do papel e quando ficará pronto", finaliza,


DGABC

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Mobilidade Urbana na Marcha da Reforma Urbana em Brasília

O MDT vai participar da Marcha pela Reforma Urbana em Brasília com 5 faixas defendendo a mobilidade urbana e as questões positivas que exigem muita
atenção dos movimentos sociais para que seus resultados revertam na melhoria da qualidade de vida de nossas cidades neste importante momento que estamos vivendo e que temos os seguintes desafios para encaminhar:

Sistemas de transportes em operação em 2014

O PAC da Copa dispõe de R$ 11 bilhões para utilização em sistemas de
transportes estruturais nas cidades-sedes e seu legado mais significativo
será fazer com que esses meios de transportes estejam em operação em
2014 para dar qualidade à mobilidade dos cidadãos. Não podemos
aceitar as propostas de adiamento dos prazos para implantação de
“sistemas definitivos” de alta capacidade sem o devido compromisso
com a urgência de suprir o déficit de transportes públicos, há mais de 20
anos sem investimentos. De igual modo, o PAC da Mobilidade, com seus
R$ 18 bilhões, está na mesma pauta de discussão, gerando
desvinculação dos prazos previstos para 2014 .
Entretanto, uma notícia positiva nesse sentido vem do anunciado
compromisso do Governo do Estado de São Paulo em investir até 2014
R$ 45 bilhões em sistemas estruturais de transporte público, sendo R$ 15
bilhões através de Parcerias Público Privadas-PPPs.

Aprovação sem vetos do PL da Mobilidade

O PL da Mobilidade (PLC 166/10), marco regulatório da Mobilidade, foi
aprovado no Senado Federal com apenas uma emenda de redação e
deverá ser enviado para sanção presidencial. Lamentavelmente o
Ministério da Fazenda está propondo o veto do Art. 8, que proíbe que
novas gratuidades sejam pagas pelos usuários na tarifa, responsáveis
hoje pela majoração das citadas tarifas em mais de 20%.

Diesel limpo em 2013

Urgente: Barateamento das tarifas para inclusão social
Fim do genocídio nas vias urbanas e rodovias com
trânsito
Essa luta está caminhando para uma melhoria na qualidade do ar de nossas
cidades com a utilização obrigatória do diesel S 10 em 2013 e do diesel S
50 em 2012 com os motores ecologicamente limpos, do tipo Euro 5;

Urgente: Barateamento das tarifas para inclusão social

O PL do Barateamento (PLC 310/09), voltou a tramitar no Senado
Federal e foi aprovado em mais uma Comissão (restam duas), porém
permanece a dúvida se os governos federal, estatuais e municipais
estarão dispostos a subsidiar os usuários, como acontece na Europa. A
aprovação do PL significa uma redução de até 25% das tarifas, mas
poderá ocorrer veto presidencial se não houver mobilização e pressão da
sociedade;

Fim do genocídio nas vias urbanas e rodovias com
trânsito

Os 100 mortos diários e mais de 300 portadores de deficiência precisam
deixar de manter anestesiados o povo brasileiro e principalmente os
Governos, que chegam ao cúmulo de contingenciar mais de R$ 3 bilhões
de recursos destinados às medidas de redução de acidentes.
Para isso é fundamental colocar em prática as propostas aprovadas pelo
Comitê do Comitê de Mobilização da Saúde e Paz no Trânsito para a
Década de Ação pela Segurança no Trânsito, Resolução da ONU que
propõe a redução de 50% dos mortos por acidente no trânsito. Temos que
lutar para que o DENATRAN se torne uma autarquia e que os recursos do
FUNSET e DPVAT deixem de ser contingenciados e que as ações e
propostas para 2012 sejam de conhecimento público.
Nazareno Affonso
Edição especial do Jornal do FNRU – Fórum Nacional de Reforma Urbana
Nº 03 - Outubro/2011