sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quem sabe faz a hora


Procure planejar as saídas com seu carro para as horas de menor tráfego. Você chegará ao seu destino com mais rapidez e bem-humorado, além de poupar combustível: o pára-avança-pára dos congestionamentos é muito menos econômico.

Neste Carnaval aproveite o feriado para exercer o mínimo impacto sobre o meio ambiente, deixe o carro em casa. Procure usar o transporte público para os destinos mais longínquos. Até 3 km, caminhe ou pedale.

Enfim, pode se fantasiar, assistir os desfiles,viajar, desfilar pelas ruas das cidades ou descansar apenas.

Só não pode entrar para as tristes estatísticas de acidentes do Carnaval. Bom Carnaval!
Cristina Baddini Lucas

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Você é carro dependente?


Desperdício de espaço, isolamento, solidão, angústia, espalhamento e privatização da cidade são alguns dos sintomas mais visíveis da Carrodependência. Nos casos mais graves, a Carrodependência pode levar à total fragmentação do tecido social e consequente morte das cidades.

Se alguém resolvesse ir a público no Brasil e dissesse que fabricar automóveis e facilitar sua compra não é mais essencial ao desenvolvimento sustentável, econômico e social do país teria como resposta que ele estaria louco.

Infelizmente esse senso comum está presente no setor de transporte coletivo urbano e comumente vem sempre acompanhada da frase “... não seria melhor defender o transporte público e melhorar o serviço para depois falar do automóvel”.

E é isso que o setor tem feito pelo menos nos últimos 25 anos e cujos resultados estão sendo a redução dos investimentos federais e o afastamento do Governo Federal de promover uma política nacional para os transportes urbanos e ainda os governos estaduais e municipais responsáveis pelo transporte público e pelo trânsito sem ousar medidas de restrição ao uso do automóvel e a priorizar no uso da via para o transporte público.

Os dados demonstram que a geração de emprego não justifica o privilégio público aos automóveis, pois a industria automobilística está em 38o lugar no ranking de 41 dos principais setores de geração de emprego no país, segundo o BNDES (gerando 85 empregos enquanto a industria de vestuário gera 211), e que em 2010 estima-se que enquanto a população cresce 2,5% ao ano a frota de veículos cresce 4% podendo chegar a 47 milhões de veículos contra os 22,3 milhões de hoje.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Em cinco anos, veículos aumentaram mais que a população

Uma relatório da ANTP - Associação Nacional de Transporte Público, divulgada em dezembro, revela a evolução na mobilidade urbana de 2003 a 2008. Foram analisados 438 municípios brasileiros. Um dado que chama a atenção é o ritmo de crescimento. Enquanto a população cresceu entre 2% e 3% ao ano neste período, os veículos superaram este índice em todos os anos: em 2004, o crescimento foi de 5%; 3% em 2005; 6% em 2006; 13% em 2007 e 8% em 2008.
A utilização do transporte coletivo revela algumas tendências. As viagens apresentaram estabilidade de 2003 a 2004, mas tiveram um significativo aumento de 2006 a 2008, especialmente no uso do metrô e trem: eram 13,3 bilhões de viagens ao ano em 2003 e este índice cresceu para 15,4 em 2008. Somados ônibus e transporte por trilhos, a demanda pelo transporte coletivo não teve significativas alterações. Entretanto, segundo análise dos especialistas da ANTP, "os recursos humanos empregados na operação cresceram, apontando para pressões de custo sobre a tarifa", o que é um fator preocupante.
Na divisão por modos de transporte, o transporte não-motorizado - a pé e de bicicleta - continuou ocupando o primeiro lugar em todos os anos, mas em segundo, a somatória de transporte individuais - carro e moto - ultrapassou a de transporte coletivo - por ônibus, trem ou metrô. Em 2003 o transporte coletivo representava 29,8% do total de viagens; em 2008, o transporte individual aparece com 29,8% e o coletivo caiu para 29,4%.
Na análise da distância média de viagem, o transporte coletivo aumentou o trecho de 12,7 km para 13,5. Já o transporte individual mostra estabilidade (7,9 km por viagem em todo o período) e o transporte não-motorizado também (1,2 km). O tempo gasto no deslocamento também apresenta estabilidade: média de 36 minutos no transporte coletivo, de 16 minutos no transporte individual e entre 15 a 16 minutos no transporte não motorizado - o que faz uma média ponderada entre 21 e 22 minutos gastos por viagem.

Energia e custos
No consumo de energia por modo de transporte, analisado em milhões de TEP - toneladas equivalentes de petróleo por ano, o transporte coletivo aumentou de 2,6 em 2003 para 2,9 em 2008. Já o transporte individual consumiu 7,8 milhões de TEP em 2003, 8 em 2004, 8,4 em 2005; 8,6 em 2006 e 8,9 em 2007 e 9,1 em 2008. Mas do que mais chama a atenção é a emissão de poluente, com queda no transporte coletivo e aumento no transporte individual. Os números mostram que em 2003 a emissão de poluentes no transporte coletivo era de 255 mil toneladas ao ano, o que foi decrescendo até 212 em 2008. Já no transporte individual, houve aumento de 2003 a 2004 (1336 para 1348), diminuiu até 2006 (1321) e registrou novo crescimento: 1375 e, 2007 e 1413 em 2008.

O custo da mobilidade também aumentou. Os recursos gastos pelos usuários para utilização do sistema de transporte coletivo aumentaram de 16,2 bilhões de reais ao ano em 2003 para R$ 25 bi em 2008. E os usuários do transporte individual gastaram 66,2 bilhões de reais ao ano em 2003 com aumentos a cada ano, totalizando R$ 104,1 bi em 2008. Nos custos totais, que somam ainda os gastos do poder público para a manutenção do sistema viário, o aumento foi de R$ 46,7 bi no período: R$ 82,4 bi em 2003 e R$ 129,1 bi em 2008.


Além do aumento no custo total, os custos da mobilidade por viagem (R$) também apresentaram aumento, passando de R$ 1,10 em 2003 para R$ 1,49 em 2008 - para o transporte público. O individual cresceu de R$4,65 para R$6,13, de 2003 para 2008